quinta-feira, março 22

Jonas Madureira – Apologética no Cotidiano Pastoral



Por que a apologética é importante para o cotidiano pastoral? Porque a bíblia diz que o pastor deve pregar a reta doutrina, bem como defendê-la das heresias. (Tito 1:6-9; 1 Timóteo 4:12-16; 1 Timóteo 1:3; 2 Timóteo 4:1-4). O ministério pastoral está intimamente ligado com a capacidade de ensinar.

Aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução nem são desobedientes. Porque convém que o bispo seja irrepreensível, como despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância; Mas dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante; retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes.  (Tito 1:6-9)
O que está em foco no ministério do pastor é o ensino e aquilo que está sendo ensinado. Mas hoje em dia vemos pouca preocupação com relação a isso. A capacidade do ensino é um pré-requisito fundamental ao ministério.
Como Dietrich Bonhoeffer ressalta na nota 20 do livro “Discipulado”:
A disciplina doutrinária é distinta da disciplina eclesiástica da seguinte forma: esta é consequência da sã doutrina, e que vale dizer, do uso correto do Evangelho, enquanto que aquela se dirige expressamente contra o abuso da doutrina. Por doutrina falsa se deteriora a fonte de vida da igreja e da disciplina eclesiástica.
Por isso, pesa mais o pecado contra a doutrina que o pecado contra a disciplina cristã. Quem rouba da igreja o Evangelho merece condenação irrestrita; quem, porém, peca em sua conduta, para esse existe o Evangelho. Disciplina doutrinária refere-se, em primeiro lugar, aos ministros encarregados de ensinar o Evangelho na igreja.
A condição prévia para tanto é que, para o exercício do ofício, haja o cuidado de que o responsável pelo ofício seja “apto para ensinar” (1 Tm 3.2; 2 Tm 2.24; Tt 1:9), também “idôneo para instruir a outros” (2 Tm 2.2)
Temos medo de quando algum jovem entra no seminário, pensando que irá deixar de orar ou se desviar da fé. Isso ocorre normalmente porque o jovem já tem dúvidas não resolvidas em relação às doutrinas fundamentais do cristianismo, graças à cultura dos dias de hoje de que afirmar a verdade e rejeitar o falso é uma postura orgulhosa e fundamentalista. Estamos em um contexto onde a afirmação da doutrina está sendo sequestrada.
Quando não conhecemos a verdade, o que sobra de nosso discurso pastoral é mera retórica. Oratória e retórica são importantes, mas sem doutrina elas são vazias, pois é a verdade que liberta. Devemos falar a verdade e a doutrina mesmo que as pessoas não entendam. Isaías e Jeremias foram enviados em uma missão fracassada de pregar a verdade, pois Deus já havia dito que não iam ser ouvidos. Nossa missão é ser fiel e pregar a verdade. Além da aptidão para ensinar, aquele de detém o ofício do ensino precisa de aptidão para defender a fé cristã.
Se não nos atermos a doutrina, caímos no que Lewis chama de “cristianismo água-com-açúcar”, algo mais simplista que o próprio ateísmo, segundo o mesmo. “Cristianismo água-com-açúcar” é aquele que nega a necessidade de crescer em conhecimento em detrimento da vida prática pastoral.
Por fim, em nossa caminhada de conhecer a verdade é preciso ter a coragem para aprende a sofrer. É como aquele que saí à luz do dia, após longo tempo nas trevas. A luz inicialmente o cega. E esse é o período quando você vê que tudo o que você sabia era errado, e você percebe que tem muito a aprender. Mas com o tempo a pessoa se acostuma com a luz e passa a enxergar melhor. Assim o é com todo que prossegue na busca da verdade, em Cristo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário