terça-feira, maio 8

A metáfora do resgate - John Stott (1921-2011)



Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.

Marcos 10.45


Marcos registra três ocasiões distintas em que Jesus predisse seus sofrimentos e sua morte. Essa é a terceira. Ela é particularmente importante porque é a interpretação do próprio Senhor acerca da cruz. Portanto, é razoável supor que, se houve alguém que tenha entendido o significado de sua morte, esse alguém foi Jesus.

Para começar, ele enfatizou que sua morte seria voluntária. Anteriormente ele a havia descrito na forma passiva, a saber, que ele seria traído, rejeitado e morto. Agora, no entanto, ele diz que o Filho do homem havia vindo não para ser servido, mas para servir e dar a si mesmo. Em outras palavras, ele havia vindo não prioritariamente para viver a sua vida, mas para dá-la como o ápice de toda uma vida de serviço.

Em especial, continuou Jesus, ele havia vindo para dar a sua vida "como resgate por todos" (ITm 2.6). O que então podemos, de forma legítima, deduzir da metáfora do resgate? Primeiro, ela dá a entender que não somos capazes de assegurar a nossa libertação. Segundo, ela indica o valor do preço pago pela nossa liberação.

Como o apóstolo Pedro escreveu mais tarde, nós fomos redimidos não com prata nem ouro, "mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem mancha e sem defeito" (1 Pe 1.1 9). A Páscoa está de modo bem claro na mente de Pedro. Assim como os primogênitos israelitas foram salvos pela morte de um cordeiro substituto, Cristo morreu para o nosso resgate, em nosso lugar. Terceiro, ela implica que, tendo sido adquiridos por Cristo, nós agora pertencemos a ele.

Como Paulo escreveu a Tito, Jesus Cristo "se entregou por nós a fim de nos remir de toda a maldade e purificar para si mesmo um povo particularmente seu" (Tt 2.14). Assim, somos totalmente seus neste tempo e na eternidade.


Para saber mais: Apocalipse 5.6-10

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