segunda-feira, maio 14

E viveram felizes para sempre... // Samuel Costa


Assim terminavam as histórias que nos contavam, quando éramos crianças. Ao final, depois de muita luta, enfim, os dois se casavam e a história fechava com: “E viveram felizes para sempre.” Quem inventou esse final foram os adultos, não as crianças. Nós o inventamos pois é o nosso anseio. Queremos viver casados e felizes para sempre. Sim, pra sempre.

Casamento é um projeto pra vida inteira. Contudo, “pra vida inteira” poucos são os que hoje querem firmar algum compromisso. O mundo atual é o mundo sem alianças. Alianças são eternas. Por isso, a maioria prefere os contratos, que podem ser quebrados (com ou sem multas).

Pouco a pouco meus amigos vão se separando, divorciando das pessoas com quem fizeram juras de amor, das pessoas a quem prometeram amar pelo resto de suas vidas. Vou percebendo que estou me tornando uma raridade, pois sou um homem casado num mar de divorciados.


Quem me conhece sabe que não sou um radical, um daqueles que obriga a mulher a viver ao lado de um adúltero e violento homem, ou pressiona um homem a não se separar daquela que pouco vai pra casa, porque já se deita com outro. Não. O divórcio, às vezes, é apenas a oficialização do que já acabou faz tempo, e será o melhor caminho pra ambos, principalmente para o cônjuge vitimado. Há razões bíblicas para o divórcio (e a apartação é uma delas, como se pode ver em I Co. 7:15), mas esse é outro assunto, que não quero tratar agora, pois a apartação é mais do que simplesmente pegar as malas e sair de casa. Mesmo sem sair é possível desistir do casamento e apartar-se.

O fato é que o casamento parece ter se tornado, emocionalmente, uma opção barata. Entra-se e sai dele como quem entra e sai de um parque de diversões, tão logo tenha se cansado do divertimento.

Quer manter-se casado? Não por obrigação, mas por estar num casamento em que vale a pena estar? Então, responda pra si mesmo. 1) Quantas vezes tenho orado com a pessoa com quem estou casado? 2) Quantas vezes abri mão do meu direito pra que ela alcançasse o seu? 3) Quantas vezes lhe pedi perdão? 4) Quantas vezes comprei um presente a ela, sem qualquer razão, senão  a razão do amor? 5) Quantas vezes a procurei e lhe falei brandamente ao coração, dizendo o quanto ela é importante pra minha vida?

Certamente, casamento é algo complexo e não depende apenas de um dos cônjuges, mas dos dois envolvidos na relação. Contudo, num mundo em que imperam contratos, Deus faz uma aliança inquebrável conosco, e quer que a reproduzamos na vida de quem amamos.

Seu casamento pode até acabar, um dia, mas que não seja por sua causa. Para tanto, empenhe-se até o fim. Dê tudo de você e lute para que a relação não seja apenas uma fachada, mas uma delícia em forma de amor e fidelidade.

Se ambos se empenharem para manter o casamento provarão tempos de muita alegria, outros de grande luta, mas chegarão ao final. E depois de terem ido embora, todos dirão a respeito deles: “E viveram felizes para sempre”.
Por: Samuel Costa


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