segunda-feira, maio 28

A Identidade da Morte // Arthur



Quando se falar em morte, a primeira, e mais esperada, reação de qualquer ouvinte é o
espanto, seguida de um profundo medo do próprio termo morte. Essa palavra passou a ser
evitada por muitos, demonstrando um medo que se dá, senão, pela falta de compreensão do
seu significado e pela falta de entendimento do que de fato é a morte.

A palavra hebraica para morte aparece cento e cinqüenta vezes no antigo testamento
(150) é encontrada pela primeira vez na bíblia no segundo capitulo de Genesis no versículo 17 (Gn 2 :17 ) onde Deus afirma a Adão que ele certamente morreria se comesse do fruto da arvore do conhecimento do bem e do mal.

17 - mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás. Gênesis 2:17.

Acontece contudo que Adão junto com sua mulher aparentemente não morrem ao comer do fruto. E uma vez que nos lembramos que Deus não pode mentir, somos levados a questionar o que de fato é a morte. E ao ato que nos dispomos a entender e nos questionamos
acerca disso compreendemos que a morte por si só não é nada, ela não é significada por si só, mas, se resume em ser a ausência da vida.

Se compreendemos que assim como a sombra e a ausência da luz, a morte é a ausência
da vida, nos somos levado a perguntar uma das mais fundamentais perguntas que podem ser
feitas. O que é a vida? E a resposta para essa fundamentalmente importante pergunta pode ser encontrada no mesmo capitulo de gênesis em alguns versículos anteriores, mais
especificamente no versículo sete (Gn 2:7).

E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente. Gênesis 2:7

Está descrito nesse versículo que a existência do homem foi formada, e nisso podemos
compreender que as sua funções orgânicas e biológicas passaram a existir, e que o próprio
homem passou a existir, contudo existir não é viver, e mesmo existindo e possuindo forma o
homem não vivia. O homem somente passou a viver, e a ser chamado de ser vivente quando
tomou sobre si o fôlego da vida que lhe foi soprado pelas narinas. Esse mesmo fôlego da Vida, e chamado de Zoe, descrito e entendido como essência, essência essa que é revelada a identificado no livro de João capitulo um. ( Jo 1:1-5)

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
Ele estava no princípio com Deus. 
Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.
Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.
E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
João 1:1-5

A identidade do Zoe, a identidade da vida é resumida em Jesus, Jesus é a fala perfeita, a
expressão exata do Altíssimo, Jesus é essa essência que foi perdida. Ele é o fôlego da Vida, ele é o caminho, ele é a verdade, ele é a própria Vida.

Uma vez que temos a resposta e revelação e que Jesus é a Vida, e lembrando de que
a morte é a ausência da vida entendemos que a morte é a ausência de Jesus. A morte é a
ausência da expressão de Deus, essa é a identidade da morte.

Mas como a morte se deu? A palavra hebraica para morte é mawềt ( ) tem como
significado primário “separação”. E na sua raiz aramaica está unida termologicamente a palavra pecado. A morte surgiu do pecado, ela foi, como Tiago fala (Tg 1: 12-15), concebida do pecado. 

E desde Adão separou o homem de Deus sendo naturalmente a atual situação do homem,
morto, separados e ausentes da essência de Deus.

Bem-aventurado o homem que suporta a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam.
Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta.
Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.
Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.
Tiago 1:12-15

Separados e ausentes de Deus, mortos. Existimos vazios, vazio esse que é perceptível e
mesmo que incompreendido se faz presente. Graças a Deus pela sua infinita misericórdia que nos dá a possibilidade de nos libertarmos desse corpo de morte. Jesus que é a vida, a muito perdida veio e se fez carne, nos oferecendo pelo seu sacrifício a possibilidade de reavermos aquilo que a muito nos foi tirado. O fôlego da Vida, a essência de Deus. Somente quando compreendemos que somos mortos, e entendemos a morte conseguimos ver e claramente o papel de Jesus como vida, que nos preenche, e nos retoma para nosso estado original na criação.

Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.
Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado, não havendo lei.
No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não tinham pecado à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir.
Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa. Porque, se pela ofensa de um morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos.
E não foi assim o dom como a ofensa, por um só que pecou. Porque o juízo veio de uma só ofensa, na verdade, para condenação, mas o dom gratuito veio de muitas ofensas para justificação.
Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo.
Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida. 
Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos.
Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça; Para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo nosso Senhor.
Romanos 5:12-21

Ele vos vivificou, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais outrora andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos de desobediência,
entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos
pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais.
Mas Deus, sendo rico em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo {pela graça sois salvos}, e nos ressuscitou juntamente com ele, e com ele nos fez sentar nas regiões celestes em Cristo Jesus,
para mostrar nos séculos vindouros a suprema riqueza da sua graça, pela sua bondade para conosco em Cristo
Jesus.
Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie.
Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus antes preparou para que
andássemos nelas.
Efésios 2:1-10


Que se conclui? Conclui-se que a morte é a ausência de Jesus, e a separação de Deus, que se dá e deu pelo pecado, e foi definitivamente derrotada pelo sacrifício na cruz de Cristo que nos deu a possibilidade de nos arrependermos e reavermos aquele que pode preencher todo o nosso vazio. A morte existe onde existe o pecado, pois Deus não se envolve com o pecado, mas fomos libertos da morte e do pecado por Cristo para termos a plenitude da Vida, que é o próprio ato de Conhecer a Deus e sermos Conhecidos por ele.


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